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Musicas nordestinas

2 participantes

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Mensagem por Leite de Oliveira Sex Fev 26, 2010 11:00 pm

Tenho ouvido no sertão algumas musicas de aboio
(musica que os boiadeiros cantam enquanto tangem os bois)
parece muito com as musicas cantadas no oriente médio, aquelas musicas religiosas, se fechar os olhos voce pensa que tá no oriente
Gosto também das musicas de viola
ontem estava escutando uma moda assim
" o berço é o aviso de chegada
o caixão é o aviso de partida
como uma folha que seca
vou vivendo nessa lida"
dondingdondingdon (som da viola)
Também gosto dos repentista
sempre que me reuno com amigos e familiares
brincamos de fazer repente
"Esse forum é legal
aqui passa muita gente
uns são meio brabos e
outros são inteligentes
mas o que posso dizer
são todos ,gente decentes"
denguerendeguebemmmm (toque da viola)
outro é o som de Luis Gonzaga
pois as musicas tem estorias que fazem o nordestino
se sentir confortado em ter sua propria cultura
Gostaria que então:
As musicas evangelicas cantadas no nordeste seguissem o mesmo ritimo, mas parece impossivel pois vem tudo importado do sudeste
o que para mim dificulta na chamada de atenção do homem do campo
que para eles é mais importante a relação que Yeshua tinha com o jumentinho, o galo que cantou fepois que Pedro negou Yeshua
e introduzindo depois a mensagem da salvação
pois no sertão pessoas como Abraão, Isaque e Jaco
não fazem muito sentido
e embolam tudo
Musicas nordestinas 3708
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Mensagem por Xan Berg Sáb Fev 27, 2010 7:22 am

Leite de Oliveira escreveu:
"Esse forum é legal
aqui passa muita gente
uns são meio brabos e
outros são inteligentes
mas o que posso dizer
são todos ,gente decentes"
denguerendeguebemmmm (toque da viola)



Musicas nordestinas 378685 KKKKKKKKKKKKKK


Musicas nordestinas 3708 Leite,


Essa foi boa!!!!
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Mensagem por Leite de Oliveira Qua Mar 10, 2010 7:05 pm

Aqui vai um pouco da nossa literatura cantada
note que se observa a natureza e os seus valores
é uma boa leitura

Quem já passou no sertão E viu o solo rachado,
A caatinga cor de cinza, Duvido não ter parado
Pra ficar olhando o verde Do juazeiro copado.
E sair dali pensando:Como pode a natureza
Num clima tão quente e seco, Numa terra indefesa
Com tanta adversidade Criar tamanha beleza.
O juazeiro, seu moço, É pra nós a resistência,
A força, a garra e a saga, O grito de independência
Do sertanejo que luta Na frente da emergência
.Nos seus galhos se agasalham Do periquito ao cancão.
É hotel de retirante Que anda de pé no chão
O general da caatinga E o vigia do sertão
.E foi debaixo de um deles Que eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra E um burro reclamando
,Um rato e um morcego E uma vaca escutando.
Isso já faz tanto tempo Que eu nem me lembro mais
Se foi pra lá de Fortim, Se foi pra cá de Cristais,
Eu só me lembro direito Do que disse os animais.
Eu vinha de Canindé Com sono e muito cansado,
Quando vi perto da estrada Um juazeiro copado.
Subi, armei minha rede E fiquei ali deitado.
Como a noite estava linda Procurei ver o cruzeiro,
Mas, cansado como estava,Peguei no sono ligeiro.
Só acordei com uns gritos Debaixo do juazeiro.
Quando eu olhei para baixo Eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra E um burro reclamando,
Um rato e um morcego E uma vaca escutando.
O porco dizia assim:“Pelas barbas de vampeta
Se nós ficarmos parado A coisa vai ficar preta
Do jeito que o homem vai, Vai acabar o planeta.
Já sujaram os sete mares Do Atlântico ao mar Egeu,
As florestas estão capengas, Os rios da cor de breu
E ainda por cima dizem Que o seboso sou eu.
Os bichos bateram palmas,O porco deu com a mão,
O rato se levantou E disse: “prestem atenção”,
Eu também já não suporto Ser chamado de ladrão.
O homem, sim, mente e rouba,Vende a honra, compra o nome.
Nós só pegamos a sobra Daquilo que ele come
E somente o necessário Pra saciar nossa fome.
Palmas, gritos e assovios Ecoaram na floresta,
A vaca se levantou E disse franzindo a testa:
Eu convívio com o homem, Mas sei que ele não presta.
É um mal-agradecido, Orgulhoso, inconsciente.
É doido e se faz de cego, E não sente o que a gente sente,
E quando nasce e tomando A pulso o leite da gente.
Entre aplausos e gritos, A cobra se levantou,
Ficou na ponta do rabo E disse: também eu sou
Perseguida pelo homem Pra todo canto que vou.
Pra vocês o homem é ruim, Mas pra nós ele é cruel.
Mata a cobra, tira o couro,Come a carne, estoura o fel,
Descarrega todo o ódio Em cima da cascavel.
É certo, eu tenho veneno, Mas nunca fiz um canhão.
E entre mim e o homem, Há uma contradição
O meu veneno é na preza, O dele no coração.
Entre os venenos do homem O meu se perde na sobra...
Numa guerra o homem mata Centenas numa manobra,
Inda cego que diz:Eu tenho medo de cobra.
A cobra inda quis falar, Mas, de repente, um esturro.
É que o rato, pulando, Pisou no rabo do burro
E o burro partiu pra cima Do rato pra dar-lhe um murro.
Mas, o morcego notandoQue ia acabar a paz,
Pulou na frente do burro E disse: calma rapaz!...
Baixe a guarda, abra o casco ,Não faça o que o homem faz.
O burro pediu desculpas E disse: muito obrigado,
Me perdoe se fui grosseiro, É que eu ando estressado
De tanto apanhar do homem Sem nunca ter revidado.
O rato disse: seu burro,Você sofre porque quer.
Tem força por quatro homens, Da carroça é o chofer...
Sabe dar coice e morder, Só apanha se quiser.
O burro disse: eu sei Que sou melhor do que ele,
Mas se eu morder o homem Ou se eu der um coice nele
É mesmo que está trocando O meu juízo no dele
Os bichos todos gritaram: Burro, burro... muito bem!
O burro disse: obrigado, Mas aqui ainda tem
O cachorro e o morcego Que querem falar também.
O cachorro disse: amigos, Todos vocês têm razão...
O homem é um quase nada Rodando na contramão,
Um quebra-cabeça humano Sem prumo e sem direção.
Eu nunca vou entender Por que o homem é assim:
Se odeiam, fazem guerra E tudo quanto é ruim
E a vacina da raiva Em vez deles, dão em mim.
Os bichos bateram palmas E gritaram: vá em frente.
Mas o cachorro parou, Disse: obrigado, gente,
Mas falta ainda o morcego Dizer o que ele sente.
O morcego abriu as asas, Deu uma grande risada
Eu disse: eu sou o único Que não posso dizer nada
porque o homem pra nós Tem sido até camarada.
Constrói castelos enormes Com torre, sino e altar,
Põe cerâmica e azulejos E dão pra gente morar
E deixam milhares deles Nas ruas, sem ter um lar.
O morcego bateu asas, Se perdeu na escuridão,
O rato perdeu a vez, Mas não ouvi nada, não,
Peguei no sono e perdi O fim da reunião.
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