Um testemunho

Posso recordar claramente a primeira vez que fui a Jerusalém. Lembro de frases ditas pelo meu pastor, meu apóstolo, quando me desafiou a subir à Jerusalém pela primeira vez. Naquela ocasião, 1996, recebi um desafio: se gravasse músicas de Sião, D'us me levaria a Jerusalém. Isso me despertou e gerou fé para cumprir esse propósito. Dentro de poucos dias, menos de um mês, estava eu realizando um concerto chamado JERUSALEM IN CONCERT. Com duas sessões lotadas, esgotamos os ingressos e todas as fitas cassetes com as músicas, foram vendidas. Depois de algumas semanas, participava da reunião daqueles que iriam, pela primeira vez subir à Terra Santa. Outra frase que muito me motivou foi: "quem tem boca vai a Roma, quem te fé vai a Jerusalém", e isso, de fato, é verdade. Se fossemos enumerar todos os peregrinos que já subiram a Jerusalém, ficaríamos por horas ouvindo e lendo relatos do mover de fé na vida dessas pessoas em como D'us abriu portas onde não havia. Entretanto, uma das mais fortes experiências vividas em Jerusalém aconteceu recentemente, por trás dos bastidores da Festa dos Tabernáculos.

Muitas pessoas que vão a Jerusalém e participam da celebração cristã da Festa dos Tabernáculos, não tem idéia de qual é a proposta da Embaixada ou da profundidade que tem por trás desse ministério internacional. A 25 anos, D'us deu uma visão a um servo dEle chamado Joham Lukkoff, precursor da ICEJ - International Christian Embassy Jerusalém (Embaixada Internacional Cristã de Jerusalém). Nessa visão, D'us mostrou claramente Sua Palavra no texto de Isaías 40.1 que diz: "Consolai, consolai meu povo...diz o Senhor"; Desde então a Embaixada Cristã tem exercido esse ministério e levado milhares de peregrinos de todo o mundo para cumprirem essa profecia para com o povo de Israel, o povo eleito, realizando ação social, reintegrando judeus de outras pátrias à nação de Israel.

Dentro dessa chamada, em 2004 durante a Festa dos Tabernáculos em Jerusalém, vivenciei uma das mais fascinantes experiências. Depois de alguns dias de ensaio, passado o Yom Kippur (dia do perdão), fomos à cidade de Beit-Shean, onde aconteceu a abertura da Festa dos Tabernáculos de 2004. Todos os anos têm a participação de alguns israelitas que tocam conosco na Festa, mas somente em duas noites, na abertura oficial no ICCJ, e na noite Israelita, diferente desta última Festa, que eles tocaram todas as noites conosco. Durante esse tempo de ensaios, estávamos preparando o musical "Thy Kingdom Come" (Venha o Teu Reino), um musical muito ungido que foi apresentado na primeira noite, no qual havia uma música com o título "Yeshua Shall Come" (Yeshua virá), que cantávamos com muita alegria e convicção, o que chamou a atenção de todos, mas em especial de um dos músicos, um judeu, israelita. Após aquela primeira noite de ensaios, chegando ao hotel, a lotação estava completa e aquele músico não tinha um quarto para ficar, tendo que ser direcionado para um dos nossos quartos. Para a minha surpresa, quando volto ao quarto lá estava ele, entrando com suas malas no mesmo quarto em que eu estava juntamente com mais um cantor um outro músico. Isso já despertou meu coração e fiquei muito feliz de ter um israelita conosco, mas o melhor ainda estava por acontecer. Quem já foi a Jerusalém, ou pelo menos conhece a história do povo judeu, sabe como é difícil e até proibido falar de Yeshua, abertamente em Israel. Muitos são os traumas passados pelos judeus e até atrocidades cometidas a eles por um povo que se dizia, "cristão". Na própria história do Holocausto, vamos encontrar essas situações terríveis, portanto, existem muitos motivos pelos quais, alguns têm uma verdadeira aversão aos "cristãos", o que tem mudado nos últimos anos pelo testemunho da Embaixada, que são conhecidos como: os outros cristãos, ou os cristãos da embaixada. Passado algum tempo, em que estávamos conversando sobre várias coisas, aquele músico olhou para o meu amigo cantor e fez uma pergunta que me deixou quase que sem respirar no momento. Ora, ele já estava ensaiando conosco há alguns dias, e passávamos horas a fio, juntos naqueles ensaios. Nosso testemunho estava ali, às claras, sem reservas. Então eu ouvi: "Quem é Yeshua?"...me fale de Yeshua! Porque vocês cantam sobre ele?... Eu não pude me conter nesse momento. Fui para o banheiro, e as lágrimas vieram ao meu rosto, assim como estão agora, enquanto escrevo esse artigo..., Pois para mim isso tem um poder muito, mas muito profundo mesmo. Ouvir um Israelita perguntar quem é Yeshua? O que significa isso? Qual a profundidade disso? Ouvi a voz do mestre ecoando: "consolai, consolai Meu povo... diz o Senhor". Naquele momento, comecei a orar e aquela conversa se estendeu por algum tempo que não consigo determinar, pois parecia eterno. O que estávamos fazendo ali? Preparando um musical? Um show? Não, estávamos, verdadeiramente cumprindo um propósito do coração do Eterno, consolar o Seu povo. Passados alguns dias, estávamos no "hallel chofshi", ou momento final após a programação oficial, é um momento de adoração livre que temos todas as noites, e ele estava lá juntamente com uma outra israelita, e durante a adoração enquanto cantávamos "Yeshua El Yakar", uma das canções de adoração em hebraico, lá estava ele, observando tudo e com lágrimas nos olhos. O que aconteceu àquele jovem? Não posso dizer, mas uma coisa posso afirmar: D'us o tocou, Sua presença foi sentida na vida daquele "levita de Israel" e pudemos testemunhar que Yeshua é real em nossas vidas e que Ele morreu por todas, inclusive o povo de Israel. Uma das coisas que tenho aprendido acerca do povo judeu é respeitar suas tradições, pois Deus não me fez juiz de ninguém e acima de tudo amar a nação de Israel, pois o próprio D'us nos ensina: "Orai pela paz de Jerusalém, prosperem aqueles que te amam.."(Salmos 122.6)

Que o Eterno te abençoe e te leve à Terra Santa, KADIMA!